O União de Santiago do Cacém (USC) já não é o último classificado.
Ao vencer em casa e ao beneficiar da derrota do Marítimo Rosarense, a equipa Santiaguense deixou de ser a última na tabela classificativa. Agora a formação do Litoral Alentejano tem mais um ponto que o Marítimo.
O jogo deste domingo em Santiago do Cacém foi de todo estranho: Duas equipas (USC vs Almada) aflitas a precisar urgentemente de pontos. Um Santiago que começou o jogo privado de um dos seus melhores atletas: o capitão Paulo Romão que não estava presente por motivos profissionais. O Almada marcou cedo. Um fora de jogo que não foi assinalado por parte do auxiliar que actuou no lado dos bancos e que meteu água a partida inteira.
Ao intervalo o resultado de 0-1 premiava uma equipa que teve oportunidades e marcou um golo. Castigava os da casa que não encontravam referências no ataque para acertar na baliza.
Pela primeira vez na temporada o banco do União de Santiago esteve repleto de jogadores.
O reaparecido Guedes entrou para jogar a 2ª parte. Aquecia Pedro Cardita que recuperou de uma longa lesão.
Já se jogava no minuto 10 do segundo tempo quando entra no Municipal Miróbriga o numero 10 da equipa. Parou o carro no estacionamento, entrou no balneário e quando saiu já equipado o espanto foi geral. Ao cabo de 5 minutos estava a jogar. O União de Santiago perdia por 0-1 e estava a jogar com uma unidade a mais.
O tendência do jogo virou quase que automaticamente. Romão substituiu Hélio na frente de ataque.
Pedro Cardita também entrou, um ano depois de se ter lesionado.
Com maior velocidade e uma crença colectiva extraordinária, uma mão na bola determinou a primeira grande penalidade a favor da equipa da casa. 1-1. Golo de Romão.
Aproximava-se a recta final do jogo e os nervos eram muitos. O Almada defendia-se como podia. Tentava segurar o empate. Um choque de um atleta do Santiago com o guarda redes forasteiro determinou uma paragem prolongada para assistência que enervou ainda mais os homens da casa. Por palavras dirigidas ao árbitro, Vítor Reis (capitão que iniciou o jogo) foi expulso. Dez contra dez nos últimos minutos. Ao mostrar a placa de compensação, a equipa de arbitragem arrancou mais assobios no Municipal: 6 minutos. Instantes depois falta na área do Almada e nova grande penalidade. Paulo Romão bateu para a direita do guarda redes mas permitiu a defesa. Na tentativa de recargar, o guardião do Almada derruba o n.º 10 da casa. Nova grande penalidade e expulsão do n.º1. Um jogador de campo assumiu a baliza para sofreu o segundo da sua equipa. O Capitão Golo não falhou novamente e deu ao União de Santiago três pontos importantes para o objectivo da manutenção.
Destacamos Romão, mas o conjunto este concentrado principalmente na 2ª parte. Na 1ª o destaque vai para a excelente prestação de Mauro Generoso. Implacável. Bem a defender e melhor na distribuição. Apagou na segunda metade da partida.
O treinador Fernando Lopes arriscou na opção de colocar em campo um atleta que não estava presente quando se ouviu pela primeira vez o apito do árbitro. Arriscou e ganhou. Esteve bem nas substituições.
Paulo Romão reforça o respeito e a admiração de todos com este desempenho e o sacrifício em prol do seu clube do coração. Mas ganha também uma história para contar mais tarde, quando arrumar as chuteiras e os cabelos brancos assumirem o protagonismo total no visual.
Surreal, incrível mas verdadeira a "estória" que o 10 passa a poder contar.
